19 junho 2012

Um breve (e inocente) parecer sobre Belo Monte


Belo Monte não pode ser uma justificativa da necessidade nacional de um país em desenvolvimento. Desenvolvimento não combina com irracionalidade ambiental, isso se chama regresso. Se a população necessita de mais energia, temos órgãos públicos, responsáveis por equilibrar o crescimento populacional dentro de padrões de sustentabilidade de vida, sem agredir a natureza. (Não temos?)

Tratam Belo Monte como se fosse à única alternativa de energia, desconsiderando completamente as fontes alternativas não agressivas, como aquelas que aprendemos em ciências sociais, no ensino fundamental que são, entre outras, energia eólica, solar e biomassa.

E cá entre nós... Dez anos é tempo mais que suficiente para um planejamento racional da solução deste ‘tipo de problema’. Acredito na formação de nossos Engenheiros Elétricos e Ambientais.

O que se pretende é praticar uma chacina contra todos os tipos de vidas, que dão sustentação equilibrada àquele ecossistema. É o extermínio estampado de povos indígenas, da fauna, da flora. É o sepultamento pra sempre da vida naquela região. Não há justificativa que possa substituir a vida natural em volta ao Rio Xingu.

É preciso que tenhamos mais responsabilidade pela vida. E apenas uma palavra resume essa decisão - desrespeito.

Não acredito que seja uma reflexão utópica. Tenho consciência de que a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, envolve muito além do que “apenas” questões ambientais. Sei que há política, muito dinheiro e - de certo modo - planejamento. Porém, se entrarmos nesses méritos, a revolta será muito maior.

Belo Monte, de quê?

Atenciosamente,

Escaladora, Administradora, Humana.